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aurelius

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Ninguém é dono de Deus

aureliano, 03.01.25

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Epifania do Senhor [05 de janeiro de 2025]

[Mt 2,1-12]

A solenidade que celebramos hoje é uma festa popularmente chamada de “Santos Reis”. Caiu bem no imaginário popular a cena pintada por Mateus sobre a visita que os Magos fizeram a Jesus por ocasião do seu nascimento. O quadro é deveras bonito. Mas é bom lançarmos um olhar com mais profundidade, pois aí se esconde um grande Mistério.

Primeiro não podemos ler a cena do evangelho de hoje como um relato jornalístico. Os fatos certamente não se deram historicamente tais como estão narrados. A leitura deve ser teológica. Mateus pretende dar uma catequese para a comunidade. Vamos então tomar os pontos essenciais e tentar descobrir o que Deus nos está revelando de novo nesta Palavra da festa de hoje.

O fato de relatar Belém como local do nascimento de Jesus parece mostrar que Mateus quer convencer alguns que não podiam acreditar que o Messias pudesse nascer em Nazaré pelo fato de as Escrituras prometerem que sairia de Belém, a cidade de Davi. Belém é “casa do pão”. O Pão da vida que veio alimentar a humanidade dá-se em alimento num coxo onde os animais comiam. O alimento, o pão que ali se encontra, veio para saciar a fome da humanidade.

Os magos não eram necessariamente adivinhos, mas estudiosos dos astros. Dizem os entendidos da cultura e história daquela época que, por ocasião do nascimento de pessoas importantes, uma estrela avisava. Mateus vale-se desta crença para mostrar que Alguém nasceu e foi visto através de uma estrela.

A visita e adoração dos magos contrapõem-se ao orgulho de Herodes e de todo o Israel que se recusou a dobrar a cerviz ao Deus que se fez Homem no seio de Maria. Considerava inadmissível que Deus pudesse nascer tão pobre e simples. Ademais se sentia ameaçado pelo “rei dos judeus” que acabara de nascer. Uma vez que aqueles para quem ele veio não o reconheceram (cf. Jo 1,11), manifesta-se aos pagãos, representados pelos magos. Veio para todos. É o universalismo da salvação de Deus manifestado em Jesus de Nazaré.

A estrela de que fala o texto simboliza os sinais pelos quais Deus nos fala. Ele se manifesta de muitas formas. É preciso estar com o “coração no alto”. Esse olhar para cima, para o céu quer indicar a vida de oração, de intimidade com o Pai que nos ajuda a perceber os caminhos pelos quais devemos caminhar. Herodes e os habitantes de Jerusalém, levando uma vida perversa e ambiciosa, criaram em torno de si uma nuvem tão espessa que impediu o brilho da estrela sobre a cidade. Somente depois que saíram da cidade é que a estrela foi novamente vista pelos magos. O que lhes causou grande alegria. A alegria da luz de Deus que ilumina e fortalece o coração do justo.

Quando o relato diz que os magos tomaram outro caminho de volta para sua pátria, o texto quer-nos dizer que é preciso ter coragem de assumir um caminho novo. Trata-se da conversão. Converter-se é mudar de trajetória, de rota. É ter coragem de assumir um novo modo de viver. E isso se dá a partir do encontro com o Senhor. Foi o que aconteceu aos magos. Aquele encontro com o Senhor da vida, reclinado na manjedoura, foi tão decisivo e envolvente que os levou a assumir um caminho novo em defesa da vida ameaçada por Herodes. O caminho de conversão nos faz contrapor-nos aos ameaçadores da vida. É preciso ter coragem de enfrentar aqueles que buscam “matar o menino”. Aqueles que querem tirar a vida a todo custo. Aqueles para quem o dinheiro vale mais do que a vida. Aqueles para quem o crescimento econômico tem prioridade sobre a saúde da população.

Talvez fosse oportuno perguntar-nos: minha postura é de defesa de Jesus que sofre e morre nas vítimas da violência, da fome e do descaso com saúde pública, ou por Herodes cujo espírito de morte está presente em várias autoridades de nosso País? Estou com Herodes ou estou com Jesus?

Que a Luz resplandecente que brota do presépio nos envolva e nos faça missionários transformados por esse Mistério que nos arrebata e faz de nós pessoas renovadas para a missão.

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NÃO TER MEDO DA LUZ

Esta festa, outrora celebrada no dia 06 de janeiro, dia dos Santos Reis (Natal das Igrejas Orientais), quer nos ajudar a entender que Aquele cujo nascimento celebramos no Natal veio para todos os povos. É a Luz que ilumina as nações. Deus não veio salvar um só povo, mas todas as pessoas de todos os tempos e lugares.

O evangelho de Mateus termina com o envio dos discípulos para evangelizar “todas as nações” (Mt 28, 19). E no início ele traz o relato da visita dos Reis Magos, prefigurando exatamente isso. Os doutores de Jerusalém sabiam onde devia nascer o Messias, mas a estrela da fé não os conduzia até lá. Daqui se depreende que não basta conhecer com a inteligência. O coração precisa crer e se inclinar para os sinais dos tempos. Herodes e os doutores não viram a estrela porque estavam ofuscados pelo brilho de sua vaidade. Um modo de vida no palácio que escondia os sinais reveladores de Deus que oculta estas coisas aos sábios e entendidos e as revela aos pequeninos (cf. Mt 11, 25). Junte-se a isso a sede de poder de Herodes, que vê na indicação da profecia, uma ameaça à sua condição de rei e senhor.

É bom ainda observarmos o medo que toma conta de Herodes: manda matar as crianças da redondeza de Belém. O medo de perder o poder faz-nos matar aqueles pelos quais nos sentimos ameaçados: uma palavra difamatória e arrogante, um gesto ofensivo, uma atitude de indiferença, fuga de responsabilidades, decisões políticas visando a vantagens pessoais etc.

Além disso, quantas crianças vítimas da fome, dos maus-tratos, da exploração. Investe-se pesado em armamento, em reformas de apartamentos públicos luxuosos que atendem aos interesses mercadológicos e vaidosos de seus moradores, enquanto que a educação, a saúde e o cuidado com os pequenos ficam relegados a segundo plano. Mesmo dentro de nossas comunidades: investimos muito recurso econômico em obras, reformas, objetos litúrgicos caríssimos ou em atividades que são vistosas, e investimos pouco em atividades sociais e missionárias que atendem às reais necessidades das crianças, dos idosos ou dos pobres e sofredores.

Peçamos ao Senhor que nos ajude a nos comprometermos na construção de um mundo mais humanizado, mais solidário, mais comprometido com os pequeninos do Reino. Todos aqueles que se empenham pela vida cabem dentro do projeto salvador de Deus. Precisamos nos unir mais em parcerias, a partir de nossas próprias comunidades e pastorais, e também com outras entidades que lutam pela vida do ser humano e do planeta, para que a luz brilhe para todos trazendo a esperança que supera o medo, o amor que supera o ódio, o serviço que vence a sede de poder e a partilha que supera a ganância de ter sempre mais.

As pessoas de boa vontade encontram Jesus, mas os que vivem em função de seu próprio interesse (Herodes e companhia) têm medo de encontrá-lo: “Quem faz o mal odeia luz e não vem para a luz, para que suas obras não sejam demonstradas como culpáveis. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se manifeste que suas obras são feitas em Deus” (Jo 3, 20-21).

Pe. Aureliano de Moura Lima, SDN

 

Santos Reis: um encontro que transforma

aureliano, 06.01.23

Epifania 2018.jpg

Epifania do Senhor [08 de janeiro de 2023]

[Mt 2,1-12]

A solenidade que celebramos hoje é uma festa popularmente chamada de “Santos Reis”. Caiu bem no imaginário popular a cena pintada por Mateus sobre a visita que os Magos fizeram a Jesus por ocasião do seu nascimento. O quadro é deveras bonito. Mas é bom lançarmos um olhar com mais profundidade, pois aí se esconde um grande Mistério.

Primeiro não podemos ler a cena do evangelho de hoje como um relato jornalístico. Os fatos certamente não se deram historicamente tais como estão narrados. A leitura deve ser feita numa ótica de fatos interpretados teologicamente. Mateus pretende dar uma catequese para a comunidade. Vamos então tomar os pontos essenciais e tentar descobrir o que Deus nos está revelando de novo nesta Palavra da festa de hoje.

O fato de relatar Belém como local do nascimento de Jesus parece mostrar que Mateus quer convencer alguns que não podiam acreditar que o Messias pudesse nascer em Nazaré pelo fato de as Escrituras prometerem que sairia de Belém, a cidade de Davi. Belém é “casa do pão”. O Pão da vida que veio alimentar a humanidade dá-se em alimento num coxo onde os animais comiam. O alimento, o pão que ali se encontra, veio para saciar a fome da humanidade.

Os magos não eram necessariamente adivinhos, mas estudiosos dos astros. Dizem os entendidos da cultura e história daquela época que, por ocasião do nascimento de pessoas importantes, uma estrela avisava. Mateus vale-se da crença para mostrar que Alguém nasceu e foi visto através de uma estrela.

A visita e adoração dos magos contrapõem-se ao orgulho de Herodes e de todo o Israel que se recusou a dobrar a cerviz à Palavra que se fez carne no seio de Maria. Considerava inadmissível que Deus pudesse nascer tão pobre e simples. Ademais se sentia ameaçado pelo “rei dos judeus” que acabara de nascer. Uma vez que aqueles para quem ele veio não o reconheceram (cf. Jo 1,11), manifesta-se aos pagãos, representados pelos magos. Veio para todos. É o universalismo da salvação de Deus manifestado em Jesus de Nazaré.

A estrela de que fala o texto simboliza os sinais pelos quais Deus nos fala. Ele se manifesta de muitas formas. É preciso estar com o “coração no alto”. Esse olhar para cima, para o céu quer indicar a vida de oração, de intimidade com o Pai que nos ajuda a perceber os caminhos pelos quais devemos caminhar. Herodes e os habitantes de Jerusalém, levando uma vida perversa e ambiciosa, criaram em torno de si uma nuvem tão espessa que impediu o brilho da estrela sobre a cidade. Somente depois que saíram da cidade é que a estrela foi novamente vista pelos magos. O que lhes causou grande alegria. A alegria da luz de Deus que ilumina e fortalece o coração do justo.

Quando o relato diz que os magos tomaram outro caminho de volta para sua pátria, o texto nos quer dizer que é preciso ter coragem de assumir um caminho novo. Trata-se da conversão. Converter-se é mudar de trajetória, de rota. É ter coragem de assumir um novo modo de viver. E isso se dá a partir do encontro com o Senhor. Foi o que aconteceu aos magos. Aquele encontro com o Senhor da vida, reclinado na manjedoura foi tão decisivo e envolvente que os levou a assumir um caminho novo em defesa da vida ameaçada por Herodes. O caminho de conversão nos faz contrapor-nos aos ameaçadores da vida. É preciso ter coragem de enfrentar aqueles que buscam “matar o menino”. Aqueles que querem tirar a vida a todo custo. Aqueles para quem o dinheiro vale mais do que a vida. Aqueles para quem o crescimento econômico tem prioridade sobre a saúde da população.

Talvez fosse oportuno perguntar-nos: minha postura é de defesa de Jesus que sofre e morre nos acometidos pela covid-19 ou por Herodes cujo espírito de morte está presente em várias autoridades de nosso País? Estou com Herodes ou estou com Jesus?

Que a Luz resplandecente que brota do presépio nos envolva e nos faça missionários transformados por esse Mistério que nos arrebata e nos faz pessoas renovadas para a missão.

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NÃO TER MEDO DA LUZ

Esta festa, outrora celebrada no dia 06 de janeiro, dia dos Santos Reis (Natal das Igrejas Orientais), quer nos ajudar a entender que Aquele cujo nascimento celebramos no Natal veio para todos os povos. É a Luz que ilumina as nações. Deus não veio salvar um só povo, mas todas as pessoas de todos os tempos e lugares.

O evangelho de Mateus termina com o envio dos discípulos para evangelizar “todas as nações” (Mt 28, 19). E no início ele traz o relato da visita dos Reis Magos, prefigurando exatamente isso. Os doutores de Jerusalém sabiam onde devia nascer o Messias, mas a estrela da fé não os conduzia até lá. Daqui se depreende que não basta conhecer com a cabeça. O coração precisa crer e se inclinar para os sinais dos tempos. Herodes e os doutores não viram a estrela porque estavam ofuscados pelo próprio brilho. Uma vaidade tal que escondia os sinais reveladores de Deus que oculta estas coisas aos sábios e entendidos e as revela aos pequeninos (cf. Mt 11, 25). Junte-se a isso a sede de poder de Herodes, que vê na indicação da profecia, uma ameaça à sua condição de rei e senhor.

É bom ainda observarmos o medo que toma conta de Herodes: manda matar as crianças da redondeza de Belém. O medo de perder o poder faz-nos matar aqueles pelos quais nos sentimos ameaçados: uma palavra difamatória e arrogante, um gesto ofensivo, uma atitude de indiferença, fuga de responsabilidades, decisões políticas visando a vantagens pessoais etc.

Além disso, quantas crianças vítimas da fome, dos maus-tratos, da exploração. Investe-se pesado em armamento, em reformas de apartamentos públicos luxuosos que atendem aos interesses mercadológicos e vaidosos de seus moradores, enquanto que a educação, a saúde e o cuidado com os pequenos ficam relegados a segundo plano. Mesmo dentro de nossas comunidades: investimos muito recurso econômico em obras, reformas, objetos litúrgicos caríssimos ou em atividades que são vistosas, e investimos pouco em atividades sociais e missionárias que atendem às reais necessidades das crianças, dos idosos ou dos pobres e sofredores.

Peçamos ao Senhor que nos ajude a nos comprometermos na construção de um mundo mais humanizado, mais solidário, mais comprometido com os pequeninos do Reino. Todos aqueles que se empenham pela vida cabem dentro do projeto salvador de Deus. Precisamos nos unir mais em parcerias, a partir de nossas próprias comunidades e pastorais, e também com outras entidades que lutam pela vida do ser humano e do planeta, para que a luz brilhe para todos trazendo a esperança que supera o medo, o amor que supera o ódio, o serviço que vence a sede de poder e a ganância de ter sempre mais.

As pessoas de boa vontade encontram Jesus, mas os que vivem em função de seu próprio interesse (Herodes e companhia) têm medo de encontrá-lo: “Quem faz o mal odeia luz e não vem para a luz, para que suas obras não sejam demonstradas como culpáveis. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se manifeste que suas obras são feitas em Deus” (Jo 3, 20-21).

Pe. Aureliano de Moura Lima, SDN

Deus não é propriedade de ninguém

aureliano, 01.01.22

Epifania.jpg

Epifania do Senhor [02 de janeiro de 2022]

[Mt 2,1-12]

A solenidade que celebramos hoje é uma festa popularmente chamada de “Santos Reis”. Caiu bem no imaginário popular a cena pintada por Mateus sobre a visita que os Magos fizeram a Jesus por ocasião do seu nascimento. O quadro é deveras bonito. Mas é bom lançarmos um olhar com mais profundidade, pois aí se esconde um grande Mistério.

Primeiro não podemos ler a cena do evangelho de hoje como um relato jornalístico. Os fatos certamente não se deram historicamente tais como estão narrados. A leitura deve ser teológica. Mateus pretende dar uma catequese para a comunidade. Vamos então tomar os pontos essenciais e tentar descobrir o que Deus nos está revelando de novo nesta Palavra da festa de hoje.

O fato de relatar Belém como local do nascimento de Jesus parece mostrar que Mateus quer convencer alguns que não podiam acreditar que o Messias pudesse nascer em Nazaré pelo fato de as Escrituras prometerem que sairia de Belém, a cidade de Davi. Belém é “casa do pão”. O Pão da vida que veio alimentar a humanidade dá-se em alimento num coxo onde os animais comiam. O alimento, o pão que ali se encontra, veio para saciar a fome da humanidade.

Os magos não eram necessariamente adivinhos, mas estudiosos dos astros. Dizem os entendidos da cultura e história daquela época que, por ocasião do nascimento de pessoas importantes, uma estrela avisava. Mateus vale-se da crença para mostrar que Alguém nasceu e foi visto através de uma estrela.

A visita e adoração dos magos contrapõem-se ao orgulho de Herodes e de todo o Israel que se recusou a dobrar a cerviz ao Deus que se fez Homem no seio de Maria. Considerava inadmissível que Deus pudesse nascer tão pobre e simples. Ademais se sentia ameaçado pelo “rei dos judeus” que acabara de nascer. Uma vez que aqueles para quem ele veio não o reconheceram (cf. Jo 1,11), manifesta-se aos pagãos, representados pelos magos. Veio para todos. É o universalismo da salvação de Deus manifestado em Jesus de Nazaré.

A estrela de que fala o texto simboliza os sinais pelos quais Deus nos fala. Ele se manifesta de muitas formas. É preciso estar com o “coração no alto”. Esse olhar para cima, para o céu quer indicar a vida de oração, de intimidade com o Pai que nos ajuda a perceber os caminhos pelos quais devemos caminhar. Herodes e os habitantes de Jerusalém, levando uma vida perversa e ambiciosa, criaram em torno de si uma nuvem tão espessa que impediu o brilho da estrela sobre a cidade. Somente depois que saíram da cidade é que a estrela foi novamente vista pelos magos. O que lhes causou grande alegria. A alegria da luz de Deus que ilumina e fortalece o coração do justo.

Quando o relato diz que os magos tomaram outro caminho de volta para sua pátria, o texto nos quer dizer que é preciso ter coragem de assumir um caminho novo. Trata-se da conversão. Converter-se é mudar de trajetória, de rota. É ter coragem de assumir um novo modo de viver. E isso se dá a partir do encontro com o Senhor. Foi o que aconteceu aos magos. Aquele encontro com o Senhor da vida, reclinado na manjedoura foi tão decisivo e envolvente que os levou a assumir um caminho novo em defesa da vida ameaçada por Herodes. O caminho de conversão nos faz contrapor-nos aos ameaçadores da vida. É preciso ter coragem de enfrentar aqueles que buscam “matar o menino”. Aqueles que querem tirar a vida a todo custo. Aqueles para quem o dinheiro vale mais do que a vida. Aqueles para quem o crescimento econômico tem prioridade sobre a saúde da população.

Talvez fosse oportuno perguntar-nos: minha postura é de defesa de Jesus que sofre e morre nos acometidos pela covid-19 e outras enfermidades ou por Herodes cujo espírito de morte está presente em várias autoridades de nosso País? Estou com Herodes ou estou com Jesus?

Que a Luz resplandecente que brota do presépio nos envolva e nos faça missionários transformados por esse Mistério que nos arrebata e nos faz pessoas renovadas para a missão.

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NÃO TER MEDO DA LUZ

Esta festa, outrora celebrada no dia 06 de janeiro, dia dos Santos Reis (Natal das Igrejas Orientais), quer nos ajudar a entender que Aquele cujo nascimento celebramos no Natal veio para todos os povos. É a Luz que ilumina as nações. Deus não veio salvar um só povo, mas todas as pessoas de todos os tempos e lugares.

O evangelho de Mateus termina com o envio dos discípulos para evangelizar “todas as nações” (Mt 28, 19). E no início ele traz o relato da visita dos Reis Magos, prefigurando exatamente isso. Os doutores de Jerusalém sabiam onde devia nascer o Messias, mas a estrela da fé não os conduzia até lá. Daqui se depreende que não basta conhecer com a cabeça. O coração precisa crer e se inclinar para os sinais dos tempos. Herodes e os doutores não viram a estrela porque estavam ofuscados pelo próprio brilho. Uma vaidade tal que escondia os sinais reveladores de Deus que oculta estas coisas aos sábios e entendidos e as revela aos pequeninos (cf. Mt 11, 25). Junte-se a isso a sede de poder de Herodes, que vê na indicação da profecia, uma ameaça à sua condição de rei e senhor.

É bom ainda observarmos o medo que toma conta de Herodes: manda matar as crianças da redondeza de Belém. O medo de perder o poder faz-nos matar aqueles pelos quais nos sentimos ameaçados: uma palavra difamatória e arrogante, um gesto ofensivo, uma atitude de indiferença, fuga de responsabilidades, decisões políticas visando a vantagens pessoais etc.

Além disso, quantas crianças vítimas da fome, dos maus-tratos, da exploração. Investe-se pesado em armamento, em reformas de apartamentos públicos luxuosos que atendem aos interesses mercadológicos e vaidosos de seus moradores, enquanto que a educação, a saúde e o cuidado com os pequenos ficam relegados a segundo plano. Mesmo dentro de nossas comunidades: investimos muito recurso econômico em obras, reformas, objetos litúrgicos caríssimos ou em atividades que são vistosas, e investimos pouco em atividades sociais e missionárias que atendem às reais necessidades das crianças, dos idosos ou dos pobres e sofredores.

Peçamos ao Senhor que nos ajude a nos comprometermos na construção de um mundo mais humanizado, mais solidário, mais comprometido com os pequeninos do Reino. Todos aqueles que se empenham pela vida cabem dentro do projeto salvador de Deus. Precisamos nos unir mais em parcerias, a partir de nossas próprias comunidades e pastorais, e também com outras entidades que lutam pela vida do ser humano e do planeta, para que a luz brilhe para todos trazendo a esperança que supera o medo, o amor que supera o ódio, o serviço que vence a sede de poder e a ganância de ter sempre mais.

As pessoas de boa vontade encontram Jesus, mas os que vivem em função de seu próprio interesse (Herodes e companhia) têm medo de encontrá-lo: “Quem faz o mal odeia luz e não vem para a luz, para que suas obras não sejam demonstradas como culpáveis. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se manifeste que suas obras são feitas em Deus” (Jo 3, 20-21).

Pe. Aureliano de Moura Lima, SDN

Deus não é propriedade de ninguém

aureliano, 02.01.21

Epifania 2021.jpg

Epifania do Senhor [03 de janeiro de 2021]

[Mt 2,1-12]

A solenidade que celebramos hoje é uma festa popularmente chamada de “Santos Reis”. Caiu bem no imaginário popular a cena pintada por Mateus sobre a visita que os Magos fizeram a Jesus por ocasião do seu nascimento. O quadro é deveras bonito. Mas é bom lançarmos um olhar com mais profundidade, pois aí se esconde um grande Mistério.

Primeiro não podemos ler a cena do evangelho de hoje como um relato jornalístico. Os fatos certamente não se deram historicamente tais como estão narrados. A leitura deve ser teológica. Mateus pretende dar uma catequese para a comunidade. Vamos então tomar os pontos essenciais e tentar descobrir o que Deus nos está revelando de novo nesta Palavra da festa de hoje.

O fato de relatar Belém como local do nascimento de Jesus parece mostrar que Mateus quer convencer alguns que não podiam acreditar que o Messias pudesse nascer em Nazaré pelo fato de as Escrituras prometerem que sairia de Belém, a cidade de Davi. Belém é “casa do pão”. O Pão da vida que veio alimentar a humanidade dá-se em alimento num coxo onde os animais comiam. O alimento, o pão que ali se encontra, veio para saciar a fome da humanidade.

Os magos não eram necessariamente adivinhos, mas estudiosos dos astros. Dizem os entendidos da cultura e história daquela época que, por ocasião do nascimento de pessoas importantes, uma estrela avisava. Mateus vale-se da crença para mostrar que Alguém nasceu e foi visto através de uma estrela.

A visita e adoração dos magos contrapõem-se ao orgulho de Herodes e de todo o Israel que se recusou a dobrar a cerviz ao Deus que se fez Homem no seio de Maria. Considerava inadmissível que Deus pudesse nascer tão pobre e simples. Ademais se sentia ameaçado pelo “rei dos judeus” que acabara de nascer. Uma vez que aqueles para quem ele veio não o reconheceram (cf. Jo 1,11), manifesta-se aos pagãos, representados pelos magos. Veio para todos. É o universalismo da salvação de Deus manifestado em Jesus de Nazaré.

A estrela de que fala o texto simboliza os sinais pelos quais Deus nos fala. Ele se manifesta de muitas formas. É preciso estar com o “coração no alto”. Esse olhar para cima, para o céu quer indicar a vida de oração, de intimidade com o Pai que nos ajuda a perceber os caminhos pelos quais devemos caminhar. Herodes e os habitantes de Jerusalém, levando uma vida perversa e ambiciosa, criaram em torno de si uma nuvem tão espessa que impediu o brilho da estrela sobre a cidade. Somente depois que saíram da cidade é que a estrela foi novamente vista pelos magos. O que lhes causou grande alegria. A alegria da luz de Deus que ilumina e fortalece o coração do justo.

Quando o relato diz que os magos tomaram outro caminho de volta para sua pátria, o texto nos quer dizer que é preciso ter coragem de assumir um caminho novo. Trata-se da conversão. Converter-se é mudar de trajetória, de rota. É ter coragem de assumir um novo modo de viver. E isso se dá a partir do encontro com o Senhor. Foi o que aconteceu aos magos. Aquele encontro com o Senhor da vida, reclinado na manjedoura foi tão decisivo e envolvente que os levou a assumir um caminho novo em defesa da vida ameaçada por Herodes. O caminho de conversão nos faz contrapor-nos aos ameaçadores da vida. É preciso ter coragem de enfrentar aqueles que buscam “matar o menino”. Aqueles que querem tirar a vida a todo custo. Aqueles para quem o dinheiro vale mais do que a vida. Aqueles para quem o crescimento econômico tem prioridade sobre a saúde da população.

Talvez fosse oportuno perguntar-nos: minha postura é de defesa de Jesus que sofre e morre nos acometidos pela covid-19 ou por Herodes cujo espírito de morte está presente em várias autoridades de nosso País? Estou com Herodes ou estou com Jesus?

Que a Luz resplandecente que brota do presépio nos envolva e nos faça missionários transformados por esse Mistério que nos arrebata e nos faz pessoas renovadas para a missão.

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NÃO TER MEDO DA LUZ

Esta festa, outrora celebrada no dia 06 de janeiro, dia dos Santos Reis (Natal das Igrejas Orientais), quer nos ajudar a entender que Aquele cujo nascimento celebramos no Natal veio para todos os povos. É a Luz que ilumina as nações. Deus não veio salvar um só povo, mas todas as pessoas de todos os tempos e lugares.

O evangelho de Mateus termina com o envio dos discípulos para evangelizar “todas as nações” (Mt 28, 19). E no início ele traz o relato da visita dos Reis Magos, prefigurando exatamente isso. Os doutores de Jerusalém sabiam onde devia nascer o Messias, mas a estrela da fé não os conduzia até lá. Daqui se depreende que não basta conhecer com a cabeça. O coração precisa crer e se inclinar para os sinais dos tempos. Herodes e os doutores não viram a estrela porque estavam ofuscados pelo próprio brilho. Uma vaidade tal que escondia os sinais reveladores de Deus que oculta estas coisas aos sábios e entendidos e as revela aos pequeninos (cf. Mt 11, 25). Junte-se a isso a sede de poder de Herodes, que vê na indicação da profecia, uma ameaça à sua condição de rei e senhor.

É bom ainda observarmos o medo que toma conta de Herodes: manda matar as crianças da redondeza de Belém. O medo de perder o poder faz-nos matar aqueles pelos quais nos sentimos ameaçados: uma palavra difamatória e arrogante, um gesto ofensivo, uma atitude de indiferença, fuga de responsabilidades, decisões políticas visando a vantagens pessoais etc.

Além disso, quantas crianças vítimas da fome, dos maus-tratos, da exploração. Investe-se pesado em armamento, em reformas de apartamentos públicos luxuosos que atendem aos interesses mercadológicos e vaidosos de seus moradores, enquanto que a educação, a saúde e o cuidado com os pequenos ficam relegados a segundo plano. Mesmo dentro de nossas comunidades: investimos muito recurso econômico em obras, reformas, objetos litúrgicos caríssimos ou em atividades que são vistosas, e investimos pouco em atividades sociais e missionárias que atendem às reais necessidades das crianças, dos idosos ou dos pobres e sofredores.

Peçamos ao Senhor que nos ajude a nos comprometermos na construção de um mundo mais humanizado, mais solidário, mais comprometido com os pequeninos do Reino. Todos aqueles que se empenham pela vida cabem dentro do projeto salvador de Deus. Precisamos nos unir mais em parcerias, a partir de nossas próprias comunidades e pastorais, e também com outras entidades que lutam pela vida do ser humano e do planeta, para que a luz brilhe para todos trazendo a esperança que supera o medo, o amor que supera o ódio, o serviço que vence a sede de poder e a ganância de ter sempre mais.

As pessoas de boa vontade encontram Jesus, mas os que vivem em função de seu próprio interesse (Herodes e companhia) têm medo de encontrá-lo: “Quem faz o mal odeia luz e não vem para a luz, para que suas obras não sejam demonstradas como culpáveis. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se manifeste que suas obras são feitas em Deus” (Jo 3, 20-21).

Pe. Aureliano de Moura Lima, SDN

Os ensinamentos da Família de Nazaré

aureliano, 27.12.19

Sagrada Família - A - 29 de dezembro.jpg

Sagrada Família de Nazaré [29 de dezembro de 2019]

[Mt 2, 13-15.19-23]

É muito comum ainda, ouvirmos nos rotineiros cumprimentos, essa pergunta: “E a família, vai bem?” A resposta normalmente é positiva: “Sim. Está tudo bem, com saúde, graças a Deus”. Mesmo que a situação não esteja lá essas coisas, não faz parte do protocolo contar os problemas e dificuldades que ocorrem entre “quatro paredes” para todo aquele que pergunta. Até porque essa pergunta já supõe uma resposta afirmativa. Ou mesmo, alguns fazem essa pergunta para “puxar” assunto.

Mas todos sabemos da profundidade e mesmo da complexidade que envolve falar sobre família. Hoje sabe-se que família não se resume àquela constituição familiar de 40 ou 50 anos atrás: papai, mamãe, filhinhos. Todos ali, bonitinhos, arranjadinhos, obedientes... Uma estrutura patriarcal em que o varão determinava, por vezes só com o olhar, o que ele queria ou o que deveria ser feito. E mesmo que a família não tivesse esse tipo de comportamento em seu interior, havia uma harmonia interna que não era ameaçada nem influenciada por fatores externos. Havia mesmo uma prevalência “religiosa” sobre os comportamentos de pais e filhos.

Hoje o mundo mudou muito. A sociedade dita as normas econômicas, sociais, relacionais, educacionais, religiosas. Há uma espécie de ditadura de interesses econômicos que impõem aos grupos e pessoas o que eles devem fazer, o que comprar, o que usar, o que comer, como conviver, até mesmo que religião seguir ou como orar etc. E se a gente ousa entrar nos comportamentos afetivo-sexuais vigentes então, a discussão não tem fim.  Isso incide diretamente nas famílias, núcleo constituinte da sociedade, essa mesma que impõe seus ‘valores’. Isso tudo sem falar nas constituições e organizações familiares que andam em torno de pelo menos nove modalidades, segundo alguns estudiosos desse assunto. Há autores que já falam de doze!

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No evangelho de hoje Mateus nos mostra um pouquinho das agruras da Família de Nazaré. São os chamados Relatos da Infância de Jesus. Enquanto Lucas descreve Jesus e suas relações em Nazaré e cidades vizinhas, Mateus faz outro percurso: a fuga para o Egito e a volta a Nazaré. Escreve para outro público.

O evangelho de Mateus foi escrito para os cristãos provenientes do judaísmo. Por isso ele relata os acontecimentos e palavras de Jesus relacionando-os com o cumprimento das Sagradas Escrituras. Pretende mostrar para a comunidade que Jesus é realmente aquele que o Senhor prometera enviar como Salvador. Ele é o cumprimento das Escrituras. Por isso, o cerne do relato de hoje, no pensamento de Mateus, é o cumprimento da palavra de Os 1,11: “Do Egito chamei o meu filho”. A perseguição de Herodes e a fuga da Sagrada Família para o Egito colocam Jesus em relação com o Povo de Deus libertado do poder do Faraó. Jesus fugiu da perseguição de Herodes; Israel escapou das mãos do Faraó. Jesus foi salvo pelos seus pais; Moisés foi criado pela sua própria mãe (cf. Êx 2,7-9). Jesus atravessou o deserto fugindo da espada de Herodes; o povo de Israel atravessou o deserto rumo à Terra Prometida. Para Mateus, Jesus é o novo Moisés que veio ensinar e libertar o seu povo.

Essa narrativa mostra Jesus entrando e assumindo plenamente o drama da história humana: a perseguição e a fuga, a disputa pelo poder, a fome e o frio, a vida de refugiado, a luta pela sobrevivência, as contradições humanas. Ele veio resgatar essa história, dar-lhe um rumo novo, mostrar um jeito novo de se viver e se relacionar.

O relato evangélico mostra também as atitudes de José e Maria. Os cuidados e as responsabilidades familiares. Não deixam o menino abandonado à própria sorte. Expõem suas vidas por ele. Inteiramente dedicados.

Não pode passar despercebida também a maldade de Herodes: não se constrange em tirar a vida brutalmente de todas as crianças da região de Belém desde que não haja ninguém que ameace seu trono (cf. Mt 2,16). Herodes representa aqui o poder político e econômico que quer se manter a todo custo. As pessoas podem ser assassinadas, podem morrer de fome, podem morrer envenenadas pelos agrotóxicos, podem morrer nas filas dos postos de saúde e hospitais, podem morrer vítimas da violência, pelo tráfico e uso de drogas, por balas perdidas, podem morrer analfabetas e sem a merenda escolar. Tudo isso não importa. O que importa é o crescimento econômico. O jogo do mercado precisa dar certo. Quem é rico não pode perder nem deixar de ganhar mais. Os pobres podem morrer. Morra o ser humano, mas viva o mercado e acumule-se dinheiro. A pessoa só vale pelo que tem. Essa é a lógica dos “Herodes”.

E a situação dos migrantes? Jesus e sua família foram migrantes. Perseguidos, tiveram que buscar refúgio em terra estrangeira. Como os migrantes têm sido tratados entre nós? Que políticas públicas e que preocupações sociais têm sido desenvolvidas para acolher aqueles que chegam ao nosso País, à nossa cidade, ao nosso bairro, à nossa comunidade? É Jesus que está aí, fugindo de “Herodes” e tentando sobreviver.

O evangelho e a festa de hoje nos ajudam a olhar mais de perto nossa vida cristã e familiar. Que sentido cristão tem tido nossa vida de família? Como tenho cuidado dos membros de minha família?  Sou capaz de me sacrificar, de me doar, de me empenhar para ver a pessoa feliz, bem cuidada, amparada?  E como lido com os “de fora”, os migrantes? Eu, ou alguém de minha família, certamente vive experiência de migrante: tentando a vida fora, em outro lugar.

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Podemos concluir que para a família caminhar bem (note-se que caminhar aqui remete às idas e vindas da Sagrada Família nas estradas da Judéia e da Galiléia) precisa alimentar-se de uma profunda experiência de Deus, de intimidade com o Pai, de busca da Sua vontade. Então poder-se-á tratar de qualquer modelo de organização familiar. O que importa, acima de tudo, é se essa família está buscando fazer a vontade do Pai manifestada na vida de Jesus de Nazaré; se está colocando em sua vida o Pai e seu projeto de vida como prioridade, como absoluto. Então muita coisa na sociedade também poderá melhorar. É um processo lento, de conversão cotidiana, de esperar contra toda esperança. É uma questão de fé. "Nós mudamos, a Igreja muda, a história muda, quando começamos a querer mudar — não os outros, mas a nós mesmos, fazendo da nossa vida um dom" (Papa Francisco, na missa de Natal de 2019).

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"A família é a primeira escola dos valores humanos, na qual se aprende o bom uso da liberdade. Há inclinações maturadas na infância, que impregnam o íntimo de uma pessoa e permanecem toda a vida como uma inclinação favorável a um valor ou como uma rejeição espontânea de certos comportamentos. Muitas pessoas atuam a vida inteira de uma determinada forma, porque consideram válida tal forma de agir, que assimilaram desde a infância, como que por osmose: "Fui ensinado assim"; "isto é o que me inculcaram". No âmbito familiar, pode-se aprender também a discernir, criticamente, as mensagens dos vários meios de comunicação. Muitas vezes, infelizmente, alguns programas televisivos ou algumas formas de publicidade incidem negativamente e enfraquecem valores recebidos na vida familiar" (Amoris Laetitia, 274).

Pe. Aureliano de Moura Lima, SDN